segunda-feira, maio 11, 2009

Ao que estou submetido

Acordo, levanto-me, mais um passo na minha vida.
Um dia dá-me tanto que eu estou cheio de porcaria
por dentro. Sou masoquista em relação ao pensamento!
Há tantos caminhos para escolher que eu perco-me no silêncio da minha voz, no barulho do meu crâneo. Rodeado, a sós! Penso em tanta coisa ao mesmo tempo que crio um tormento instantâneo pelo espontâneo desespero.
Desoriento-me no enredo do consciente.
O desnorte causa massacre na minha mente!
O acaso é previsto, quero sair, mas insisto!
Canso-me no interior, pensar ajuda mas por favor!!!
O excesso prejudica, o que eu faço a mais a outros dá preguiça.
É um processo incesso marcado no meu progresso e o que peço é que não regresse a merda de outro dia, qualquer um! Só que apesar de tudo, isto é um ingresso pá melhoria.
Estudo, tento compreender, explicar, é uma foda!
Simplesmente, é ontogenia própria!
Olho para as ruas, para a natureza, para as pessoas, prá minha pessoa. Há dias em que nada se relaciona!
O sentido é inexistente, o significado identifica-se no vazio.
Sim, são nestes dias que me sinto um vadio.
Sou um passageiro que passa despercebido na razão
e o motivo, não tem explicação.
Sincero é o que sou, é o que transmite a minha mão.
A felicidade é o projecto que tenho na minha ambição.
Dependo de mim próprio como o pensamento da imaginação!

Pró que vivo é aquilo que eu sinto
Pró que sinto é aquilo que eu vivo

Recordo, recomeço, na angústia me afogo.
Mutilação do cérebro é o preço que pago.
Incrimino-me pela consciência do acto.
Depois de tantos episódios agora estou mesmo farto.
Cato, previno-me de frutos proibidos!
Tenho encontrado vacinas para produtos fodidos
que me estimulam nega e efectivamente.
O veredicto é anunciado por um juiz eficiente,
compreensivo pelo que sente.
Estou ciente que quase tudo é passado a pente fino.
Se encontro soluções a maior parte é porque rimo
pelo desatino do inclino do último piso.
Viso miragens pelas grátis viagens a mim dirigidas.
Organizo-as, guio, usufruo, utilizo-as e às vezes dão-me chapadas.
Elucidam-me do percurso e na causa improviso mapas
que me encaminham com indicações codificadas.
O meu mundo é lúcido está repleto de fantasmas!
Constrúo cenários coloridos, a preto e branco, distorcidos.
Desde já um cumprimento para todos os verdadeiros amigos!
Para tudo o que me move!
Disparo com sentimento para tudo o que me envolve!
Balas que saem do revólver verbal,
o que fica só me faz bater mal!
Cá dentro tenho um poço sombrio que chega ao núcleo do encéfalo de grande potência. A estrutura liberta cargas de energia que suprimem a doença pelo que escrevo, pelo que falo, por tudo que é recalcado e cede partículas de experiência.
A minha experiência faz-se do hábito,
tenho pouco tempo mas mesmo assim não me calo!
A sentença já foi ditada, só tento tomar o controlo.
Fui decapitado, a cabeça separou-se do corpo.
Contudo interagem porque a pouco e pouco vou saíndo do sono!

Pró que vivo é aquilo que eu sinto
Pró que sinto é aquilo que eu vivo

(03/2004)

Nenhum comentário: