sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Ritmos de um ser

Ritmo! Ritmo! Bate o coração. Ritmo!
Que se foda este mundo e tudo o que nos leva à ilusão!
Grito, mas só eu me ouço.
Com o silêncio me inspiro, com o silêncio me sufoco.
Choro em seco impenetrado pelo sossego.
Converto-me em cego porque o que vejo tira-me do sério. Desespero!
Há trânsito cerebral, engarrafamentos de pensamentos,
estou quase a bater mal por esta sucessão de acontecimentos.
Não encontro contentos que superem a insatisfação em que me disperso e me fecho.
Entrego-me, expando-me quando penso mas este tema causa-me tédio.
É como um peido, o que perturba não é o impacto, é o cheiro, o incómodo da sua presença. Pior que a ignorância é a demência!
Quem prossegue porque reflecte não teme! Mas pelo andamento que isto leva não me resta esperança. Anda tudo à cabra cega, sem tacto, só com a ilusão. Mas que merda é esta?!, a mudança já não é uma condição favorável. Auto-destruição humana, Homem o criminoso impiedoso ambiental. Ocorrem-me 1001 razões para falar mal. Actos sem ponderações razoáveis trazem consequências desagradáveis, pois é claro! Há muitas questões possíveis mas isto é um desabafo! que sai como um estalo de um psicoactivo. Parece que vem do nada mas há todo um caminho percorrido.

Acção-reacção, solidão-sofridão.
Ambas são cenas previsíveis.
Socialização gera incompreensão.
Certos problemas existem mas não passam de merdas imbecis.
Que estupidez profunda!

Euforia pública, genericamente estúpida em busca do sonho da fortuna é como uma penumbra que cobre a minha alma, impávida no meio em que existo. O que miro causa-me repúdia pelo pensamento da luxúria ou qualquer ilusão que venha por acréscimo e que resulte do triste rumo de toda a humanidade. Rumo obscuro assombra o natural, já não acredito no alcance da felicidade por inteiro. Se a isto me manifesto, por dentro protesto, expresso-me sob versos complexos com pensamentos sintéticos impressos, fósseis de transição dão nexo à percepção de diversos gestos. Processos rimáticos controversos, sentimentos apáticos que se manifestam. Diálogos num só universo, o meu cérebro e a minha imaginação sobrevivem em qualquer terreno. Faça sol, faça chuva, haja senso ou loucura, o medo ou receio que tenho fazem com que dê o meu melhor sempre distante de quem me julga. Neste planeta obscuro objecto de um assassino que não perdoa, continuo o meu caminho a trote, a galope, a passo ou na palhota. Vou observando a vida de vários ângulos como quando se faz uma de bolota. Conforme se a trabalha também difere o sabor da passa! Com complementos se forma a poesia e com o que experiencio se vai formando a minha vida.

Ritmo! Ritmo! Bate o coração. Ritmo!
Que se foda este mundo e tudo o que nos leva à ilusão.
Pulsações sinto mas às vezes param!
Socialização gera incompreensão e desatino por ser ridículo.
Com atenção sou um espectador deste circo!

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

Mundos Obscuros

Regresso!Do escuro surjo, expulso o conteúdo de pensamentos que me perturbam, em verso, modo oportuno de manifestar o meu protesto sobre o que se passa no M.U. e todo o seu universo. Debaixo do solo obras de arte são criadas mas o produto só é genuíno quando na Terra acções correspondem às palavras. Muitos gajos vivem iludidos em mundos onde sonham ser aplaudidos. Atraídos, influenciados pelos valores modernos que são progressivamente absorvidos pelo subsolo. Afasto-me de climas tóxicos! O movimento está empestado! Logo, como MC reconheço, reajo, actuo como um anticorpo perante um intruso no organismo. Sem rodeios, de lado observo. Movimento é um corpo sólido, fragmentado. Agentes patogénicos andam por todo o lado e proliferam pela andança deste mundo. O mundo era tão belo mas tornou-se obscuro.

Mundos obscuros que imagino, que vivo.
Mundos obscuros em que me martirizo.
Aquilo que eu não aceito, questiono.
Tento ser conciso para comigo mesmo.

Censuro! Ser humano confronta-se entre si numa luta ridícula e ainda para aí muito puto com a mesma filosofia. É crítica a hipótese de mudança, o ponto de viragem está tão perto como imagem de lua nova, com diferenças! É que em 3 dias a lua regressa (putos perdem-se...),mas nem em 3 séculos a Terra voltava a ter esperança de renovação! A destruição foi tão profunda que não hã salvação, a nossa evolução trouxe merda em excesso. Trouxe venenos sem antídotos eficazes e então, sem estar alheio a catástrofes tento aproveitar ao máximo esta oportunidade de viver, de sentir, não quero somente existir. Metafísicas infinitas são utensílios que manobram o intelecto e me levam a interagir de modo como penso. Disperso-me na altura, armazeno energia pura, radiactiva. Matéria que se acumula por dentro e a minha alma respira.

Mundos obscuros que visiono, sinto.
Raciocínios que alimento condicionam-me o equilíbrio.
Constrúo, resolvo quebra-cabeças.
Problematizo a metafísica das coisas.

Problematizo, evolúo, fodo-me mas continuo solto sob um grizo com aroma a luto. Dialogo comigo próprio em confrontos de ideias. Instauro um colóquio sem datas pré-definidas. O acaso pode ter conceitos mas não tem tempos certos! Teorias e fórmulas não solucionam paranóias lúcidas do cérebro. Obtenho respostas, multiplicam-se as dúvidas. Há todo um enredo que me mete possesso e convulso, abrigo-me em aventuras! Luto de corpo e espírito para atingir o que ambiciono, não curto espectáculos sem conteúdo. Faço porque acredito, no fundo, é disso que necessito! Dou tudo por tudo para dar ânimo ao meu ritmo. Tenho mérito, orgulho, pelo progresso que efectuo! Persisto!

Mundos obscuros que imagino, que vivo.
Mundos obscuros em que me martirizo.
Mundos obscuros que respiro
são os mundos obscuros em que me dissipo!